Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 52,3% dos reajustes salariais foram menores que a inflação no primeiro semestre de 2021. Só 16,5% dos reajustes tiveram ganhos reais (acima da inflação), enquanto 31,2% dos reajustes foram equivalentes à variação da inflação. O levantamento considera os dados de quase 4.700 acordos e convenções coletivas e foi feito a partir de acompanhamento de dados do Ministério da Economia. O índice inflacionário oficial é o INPC, calculado pelo IBGE.

Entre os setores, a indústria teve 24,9% dos reajustes acima do INPC, 34,8% equivalentes à inflação e 40,3% abaixo. O pior resultado foi no setor de serviços, com 65,3% dos reajustes perdendo para o INPC acumulado e apenas 12% com aumento real. No comércio, 54,5% dos reajustes foram equivalentes ao INPC e só 11,9% tiveram ganho real.

Além das dificuldades impostas pela crise, o crescimento da inflação foi outro desafio para os reajustes salariais. No início do ano, por exemplo, o INPC somava 5,45% em 12 meses. Em julho, já estava em 9,22%, sempre considerado o mês imediatamente anterior à data-base de cada categoria.

Os dados reforçam a importância de sindicatos fortes e atuantes, que estejam permanentemente empenhados em proteger os trabalhadores que representa nas negociações com os patrões. O momento é de tentativa de retirada de direitos, usando-se inclusive a crise trazida pela pandemia como argumento. Cabe aos sindicatos defender os empregados, assim como cabe aos empregados apoiarem os sindicatos, reconhecendo a importância de sua atuação pelo bem coletivo.

 

*Com informações da Rede Brasil Atual.